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Consideremos uma massa m suportada por uma mola em borracha, de constante elástica K, (veja-se Figura 40). Se a massa m sofre um deslocamento x da sua posição de equilíbrio, é originada uma força de reacção:
Segundo a Lei de Newton:
F = m . a
Também:
Então podemos escrever:
ou:
A solução desta equação diferencial de segundo grau é da forma:
em que ωn é a pulsação natural correspondente à frequência natural e tem o valor:
Como:
Combinando (80) e (81) obtemos:
Como P = m.g, em que g é a aceleração da gravidade, substituindo m em (80), temos:
donde:
e:
Visto que:
Numa situação ideal, a vibração tem uma duração infinita, o que corresponde a uma vibração livre não amortecida.
Na prática, como há atrito molecular mais ou menos intenso, a amplitude da vibração diminui progressivamente até atingir uma posição de equilíbrio. Temos assim uma vibração livre amortecida; a que também é vulgar chamar-se vibração livre com amortecimento viscoso.
Consideremos uma massa m suportada por uma mola em borracha, de constante elástica K e resistência viscosa R, (veja-se Figura 41). Se a massa m sofre um deslocamento x da sua posição de equilíbrio, é originada uma força de reacção:
Vimos que a resistência viscosa é igual a α.dx/dt, em que α é a constante de amortecimento (equação 73). Assim, a equação (85) toma a forma:
Ou ainda:
Dividindo todos os membros por m, temos:
Vimos que K/m = ωn2 (equação 80). Logo poderemos escrever:
Com recurso a uma equação auxiliar, podemos escrever:
Que é uma equação do tipo:
x2 + p.x + q = 0
que tem como solução:
De acordo com (90), podemos escrever:
Quando:
podemos também escrever:
Como
então:
Nestas circunstâncias,
Isto é, o amortecimento é crítico, e a expressão (74) pode escrever-se:
Voltando às raízes da equação (90), (expressão 91), podemos escrever:
1 – Se, a vibração será sobre-amortecida.
A solução para esta equação diferencial é da forma:
em a1 e a2 são constantes, que são obtidas em função das condições iniciais.
2 – Se , o amortecimento será crítico.
A solução para esta equação diferencial é da forma:
em a1 e a2 são constantes, que são obtidas em função das condições iniciais.
Nesta situação, o amortecimento origina um retorno à posição inicial, sem qualquer oscilação.
3 – Se , a vibração será sub-amortecida.
Neste caso, a solução para esta equação diferencial é da forma:
em que a e Φ são constantes, definidas pelas condições iniciais e
Na Figura 42 mostram-se os vários tipos de amortecimento.
Nas vibrações amortecidas, a redução de amplitudes sucessivas é constante, o que quer dizer:
Chama-se decremento logarítmico β ao logaritmo da relação entre duas amplitudes sucessivas, ou seja:
Existe uma relação entre o decremento logarítmico β e a relação de amortecimento Є (expressão 74 – ver “Propriedades Mecânicas Dinâmicas”), que é a seguinte:
Para os valores usuais de amortecimento, o denominador da expressão (99) é praticamente igual a 1. Assim:
Como o decremento logarítmico é facilmente determinado, a expressão (100) permite determinar o valor de Є.
Se a umdeterminado sistema for aplicada uma força de carácter periódico, a acção resultante é referida como uma vibração forçada. O sistema atingirá o seu estado de equilíbrio quando a energia de histerése contrabalançar a energia cedida ao sistema.
O sistema entra em ressonância quando a frequência de excitação for igual à sua frequência natural. Nestas condições, podem ocorrer situações de destruição do sistema. A utilização de amortecedores de borracha proporciona condições de amortecimento, por redução da amplitude de vibração, limitando o seu valor em condições de ressonância.
São muito correntes as aplicações em que se pretende evitar a transmissão de vibrações ou, pelo menos, reduzi-las a níveis toleráveis. Chama-se transmissibilidade ζ à relação entre a força transmitida e a força excitante, ou a relação entre as amplitudes da vibração no lado protegido e no lado da acção perturbadora. Pode demostrar-se que:
A representação de ζ em função de f/fn é mostrada na Figura 43, para vários valores de Є. Verifica-se que para valores de f/fn=√2, ζ=1. Nesta situação não há amortecimento, isto é, a transmissão da vibração é de 100%. Na prática, é normal considerar-se o valor de f/fn=3 como o correspondente a boas condições de isolamento, isto é, boas condições de baixa transmissibilidade.
Da mesma Figura 43 podem-se tirar as seguintes conclusões: