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Pode afirmar-se que a actividade industrial na Indústria da Borracha, qualquer que seja o seu subsector (Fabricação de Pneus e Câmaras de Ar (CAE 22111), Reconstrução de Pneus (CAE 22112), Fabricação de Componentes de Borracha para Calçado (CAE 22191) e Fabricação de Outros Produtos de Borracha Não Especificados (CAE 22192)), se desenvolve a partir de um conjunto, mais ou menos vasto, de compostos de borracha. Estes compostos de borracha são obtidos em operações de mistura (em que se utilizam técnicas e equipamentos adequados) e, eventualmente associados a outros tipos de materiais (têxteis, metais ou plásticos), são submetidos a uma ou várias operações de transformação (calandragem, extrusão, préformação, confecção, moldagem (convencional, transferência ou injecção) e endução) para, numa operação final – chamada vulcanização – serem transformados nos produtos pretendidos. Estes produtos são ainda submetidos muitas vezes a operações de acabamento ou de montagem e, finalmente, são considerados o produto final.
Aquilo que vulgarmente chamamos borracha – ou seja, o material que constitui uma simples borracha de apagar, um O-ring, uma membrana, um pneu de bicicleta, de automóvel ou de camião, etc., não contém apenas o polímero borracha (ou elastómero), mas um conjunto de ingredientes – cada um dos quais com uma função bem específica. Os compostos de borracha são pois constituídos, como veremos, por diversos tipos de matérias-primas (um ou mais tipos de borracha), cargas (reforçantes, semi-reforçantes ou inertes), plastificantes, antioxidantes, antiozonantes, ceras de protecção, ácidos gordos, óxidos metálicos, aditivos diversos (presentes na composição para obtenção de características particulares, tais como, possuírem resistência à chama, possuírem características antiestéticas, proporcionarem uma lubrificação externa do artefacto, etc.), pigmentos corantes (orgânicos ou inorgânicos), agente ou agentes de vulcanização, sistema activador de vulcanização, acelerador ou aceleradores de vulcanização e retardadores ou inibidores de vulcanização, em proporções devidamente estudadas e ajustadas, constituindo, no seu conjunto, a fórmula do composto. Nas páginas que se seguem vamos abordar sucessivamente a evolução dos compostos de borracha desde a civilização Olmeca até aos nossos dias, conceitos básicos de formulação, a selecção e dosagem dos vários ingredientes, a coloração de compostos de borracha, a formulação de compostos translúcidos ou transparentes e, finalmente, apresentaremos algumas composições típicas de borracha para algumas aplicações concretas.