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No dia 8 de Fevereiro de 1972 tive a oportunidade de visitar a empresa Iddon Brothers, fabricante de equipamentos para borracha. Fui acompanhado pelo Sr. Manuel José Pinto de Sousa. Fomos recebidos pelos senhores Michael Iddon, um dos proprietários da empresa, e Lewis Glanville, do departamento técnico. Visitamos então a empresa, com particular ênfase para o fabrico das extrusoras. Alguns componentes da unidade de vulcanização (sistema de vulcanização em contínuo, em banho de sais – LCM – Liquid Curing Media) são adjudicados a outras empresas. Foi dada uma completa explicação sobre o processo, suas variáveis e seus controlos e fornecida documentação técnica relativa aos equipamentos para borracha produzidos pela Iddon Brothers.
Na sequência da visita anterior, e no regresso a Londres, deslocamo-nos à empresa DuPont onde, em dois dias de formação, tivemos a oportunidade de adquirir conhecimentos relativos ao processo de vulcanização em contínuo pelo método LCM, investimento que se encontrava praticamente formalizado. O processo foi descrito pelo técnico da Du Pont, Sr. J. C. Bament, uma autoridade neste método de fabrico, e pelo Sr. J. Williams, tendo observado, em pleno funcionamento, uma linha piloto nos laboratórios da empresa. Equipamento também fabricado e fornecido pela empresa Iddon Brothers.
Instalações da DuPont, Stevenage, Hertfordshire, Inglaterra
Complementarmente foram-nos apresentados outros tipos de borrachas produzidos pela Du Pont: pelo Sr. Peter Channel, (Nordel – EPDM e Adiprene (pré-polímero de uretano); pelo Sr. David Coe foi apresentado o Adiprene líquido. Foi-nos fornecida diversa literatura técnica e também formulários, nomeadamente relativos a perfis em borracha Neopreno, vulcanizados pelo método LCM.
A terminar este ciclo de visitas efectuadas em Fevereiro de 1972, visitamos a Associação/Laboratórios RAPRA. Fomos recebidos pelo Sr. Brandon Brown. Após uma apresentação da associação e dos vários aspectos em que podem dar apoio às empresas, visitamos as suas instalações e seus laboratórios. Na sequência deste contacto, foram iniciadas as formalidades para a empresa Fapobol se tornasse um membro efectivo desta associação internacional, o que veio a acontecer ainda durante o ano de 1972. Uma das enormes vantagens para a área técnica da Fapobol, foi o acesso a toda a documentação publicada a nível internacional.
Actualmente a associação tem a designação Smithers/RAPRA. Foi adquirida no ano de 2006 pela empresa multinacional Smithers, que tem a sua sede em Ohio, USA, empresa que fornece serviços de ensaios, diagnóstico de falhas, consultoria, informação e de conformidade. Mantém as instalações em Shawbury, e possui também instalações em Harrogate e em Leatherhead (as instalações que existem em Inglaterra). Além destas, existem instalações em Ohio (a original mais duas), e ainda mais seis instalações em várias cidades dos Estados Unidos da América do Norte; e existem duas em cidades chinesas.
Nesta visita, efectuada no dia 13 de Julho de 1974, fui recebido pelo Sr. L. Butt. Como pretendíamos apresentar alguns dos nossos problemas de fabrico relativos a câmaras-de-ar em borracha butílica e à extrusão de perfis em borracha EPDM, de cor clara, participaram nas conversações os técnicos, Dr. Morrell e Dr. Whitacker, os quais nos sugeriram algumas modificações.
Este curso teve a presença de 17 participantes de diversos países Europeus, da Ásia e de África. Ficamos hospedados na Gastehaus da Bayer AG. Os almoços foram servidos no Kasino da Bayer AG, que ficava em frente das instalações da Bayer AG.
Kasino da Bayer AG
Bayer AG, Leverkusen, 1975
O programa do Curso foi, de forma resumida, o seguinte:
No termo do Curso, foi-me oferecida uma fotografia com o grupo de participantes e um certificado de participação neste curso, como mostram a fotografia e figura que se seguem.
Participantes do Curso Tecnologia da Borracha 1975
Certificação de participação no curso
A visita a esta feira ocorreu em Junho de 1977. Realizou-se em Brighton, Inglaterra. Foi organizada pelo Sr. António Oliveira, um dos Directores da APIB – Associação Portuguesa dos Industriais de Borracha, e a ela se deslocaram vários industriais e técnicos portugueses. Constituiu a primeira oportunidade de um encontro entre industriais e técnicos da Indústria da Borracha. Encontro que possibilitou, de forma muito decisiva, os desenvolvimentos que posteriormente se verificaram, como mais adiante se verá.
Nesta visita, efectuada em 1977, fui acompanhado pelo Sr. Engº Manuel do Valle Domingues, da Esso Standard Portuguesa. Fomos recebidos pelo Sr. Van Triel, responsável da Esso para o mercado nacional. Fomos de seguida apresentados aos senhores H. A. Cook, B. Costemale, F. Legrand e G. Stella.
Com o Sr. Cook tratamos de assuntos relacionados com o fabrico de câmaras-de-ar em borracha butílica. A conversação abordou todas as fases do processo de fabrico, com um grande detalhe. No dia imediato, trabalhei com o Sr. Costemale. Abordamos a borracha EPDM Vistalon e suas aplicações.
Com o Sr. Stella, abordamos a questão dos perfis de borracha celular. Ainda com o Sr. Stella foi efectuado um trabalho experimental com câmaras-de-ar em borracha butílica. Foi efectuada a extrusão, a que se seguiu a operação de splicing. Utilizou-se uma máquina de splice Semperit, visto que a máquina ECUISM (desenvolvimento da Esso) se encontrava no momento inoperacional. Seguiu-se a operação de vulcanização, tendo sido obtidas câmaras-de-ar de boa qualidade e câmaras-de-ar imperfeitas, resultado de erros intencionalmente provocados.
Encontro organizado pela empresa Têxtil Manuel Gonçalves, SARL, em colaboração com a empresa Enka Glanzstoff, produtora de fibras sintéticas. Realizou-se no Hotel Tivoli, em Março de 1978, em Lisboa. Foi apresentado o tema Telas para a Indústria da Borracha pelo técnico da Enka Glanzstoff, Sr. John Sleyster.
Participei neste evento, realizado em 29 de Abril de 1980, nas instalações da empresa Sarcol, com almoço servido na Pousada do Galo. O tema do Meeting era a utilização das cargas de china clay, produzidas pela empresa ECC International, na formulação de compostos de borracha.
Encontro promovido pela Ford Lusitana SA com os seus fornecedores da Fábrica da Azambuja. Foi realizado no Hotel Solverde, na Praia da Granja, em Março de 1980. Fui acompanhado pelo Sr. João Pedro Pinto de Sousa.
Grupo de participantes neste Encontro da Ford Lusitana
Participei neste Simpósio e com o Colega Laia Martins (Colega da Fábrica de Pneus Fapobol, SARL), apresentamos um trabalho intitulado A Indústria Portuguesa de Borracha. Realizou-se entre 4 e 6 de Março de 1980, em Lisboa, na Fundação Gulbenkian.
Em Março de 1981 desloquei-me a esta empresa na Bélgica, acompanhado pelo Sr. João Araújo, responsável das secções de Pneus para Bicicleta e Correias Transportadoras. Fomos recebidos pelos Senhores G. Verbauwhede e Raymond Huyghe. Visita relacionada com a produção de correias transportadoras com telas metálicas (Fleximat), produção que havíamos iniciado na Fapobol no ano de 1978, mas que desejávamos aperfeiçoar. Foram analisados os resultados dos ensaios de adesão ao metal efectuados com as amostras dos compostos Fapobol que tinham sido enviadas para ensaios; foram sugeridos vários aperfeiçoamentos. Foram ainda fornecidos vários elementos sobre este fabrico e documentação técnica. Foi-nos também proporcionada uma visita às instalações fabris, onde eram produzidas as telas Fleximat.
A visita a esta feira realizou-se entre 8 e 12 de Junho de 1981. Realizou-se em Harrogate, Inglaterra. Foi igualmente organizada pelo Sr. António Oliveira, um dos Directores da APIB – Associação Portuguesa dos Industriais de Borracha, como já foi referido, e a ela se deslocaram vários industriais e técnicos portugueses. Constituiu uma segunda oportunidade para um encontro entre industriais e técnicos desta indústria.
Visita que foi intermediada pela Renault Portuguesa. Realizou-se em Setembro de 1981. Fui recebido e acompanhado pelo Sr. Pierre Quantin. A visita foi limitada aos departamentos técnicos da empresa. Esta visita enquadrou-se no desenvolvimento do Projecto Renault em Portugal e da sua nova fábrica em Cacia.
Cursos por correspondência sobre Tecnologia da Borracha. Cursos organizados pela Sociedade Americana de Química (ACS- American Chemical Society).
Fui convidado para visitar esta nova unidade industrial, em 25/26 de Outubro de 1983. Esta empresa foi encerrada em 2013. A empresa, do grupo Petrogal, havia sido vendida à empresa alemã Degussa (actualmente Evonik), em 1997.
Empresa Carbogal – Carbonos de Portugal, SARL (Sines)
Pisa Papeis. Lembrança da Carbogal, Sines 1983
A visita a esta feira realizou-se entre 12 e 16 de Março de 1984. Realizou-se em Birmingham, Inglaterra. Foi também pelo Sr. António Oliveira, Director da APIB – Associação Portuguesa dos Industriais de Borracha, e a ela se deslocaram vários industriais e técnicos portugueses. Constituiu uma terceira oportunidade para um encontro entre industriais e técnicos desta indústria.
27.1 Visita à Feira Reifen ’84, em Essen
Desloquei-me para Essen, em viatura alugada. Visitei os diversos stands de empresas fornecedoras de equipamentos e de materiais para a Indústria de Recauchutagem de Pneus. No stand da Continental AG estive com o Sr. Heinrich Schnell; a Continental AG estava presente como fornecedora de materiais para recauchutagem. No stand da empresa Herbert – divisão do fabrico de moldes – pude trocar algumas impressões sobre os moldes para pneus de karts; a Fapobol já havia solicitado a esta empresa um pedido de cotação para o seu eventual fornecimento. Visitei também, entre outros, os stands da Gummiwerke Kraiburg, Barwell, Marangoni, AMF e da Pang Industries GmbH.
27.2 Visita a uma fábrica de produtos de borracha (16): visita à empresa Continental AG, em Korbach (Conti Visita 1)
Visita descrita na página referente a Visitas a fábricas de borracha.
27.3 Participação no Seminário sobre Kevlar, da empresa Du Pont, em Genebra (Suíça)
No dia 6 de Junho de 1984, após o almoço e numa viatura da Continental AG fui transportado até à estação de caminho-de-ferro de Marburg; fui de comboio até ao aeroporto de Frankfurt, onde apanhei o meu voo para Genebra. No aeroporto, era aguardado pelos senhores José Borges e José Las Casas, da empresa Têxtil Manuel Gonçalves, SARL. Quase em simultâneo, chegaram também, num outro voo, os senhores Camilo Gândara Peña e Luís Otero, da empresa Gomy, em Tuy, já nossos conhecidos. Nesse dia, à noite, a empresa Du Pont ofereceu um jantar aos participantes no Seminário, no Hotel Penta. No dia 7 realizou-se o Seminário, tendo sido apresentados sete trabalhos sobre a aplicação de Kevlar em produtos de borracha, nomeadamente em correias transportadoras e em mangueiras. Foram palestrantes os senhores O.H.A Ruffing (Saarbergwerke AG), H. Spinka (Ruhrkhole AG), I.A. Ouwerkerk (Emo Rotherdan BV), R.J.W. Jugel (Consultor) e o Dr. Khan (Du Pont). Foi oferecida diversa literatura técnica e cópias dos trabalhos apresentados.
27.4 Visita à Bayer (Bayer Visita 3)Após o termo do Seminário Du Pont, iniciei a viagem com o destino a Leverkusen, via Dusseldorf. Fiquei instalado novamente na Gastehaus da Bayer AG. No dia imediato iniciaria os trabalhos nesta empresa.Tive então um dia de trabalho com o Dr. Jakob Ippen, tendo sido solicitada a sua opinião para a concretização ou solução de problemas de alguns fabricos:
Participei neste colóquio, organizado pela Ordem dos Engenheiros, e que se realizou nos dias 1 a 3 de Março de 1985, no Hotel Meridien, no Porto.
Realizado no Hotel do Buçaco, em Março de 1985. Apresentei um trabalho, intitulado: Caracterização Geral da Indústria Portuguesa de Borracha. A organização deste Painel foi da responsabilidade do intitulado Grupo CT-76, a que pertencia, com outros Colegas da Comissão Técnica 76. A realização deste 1º Painel tem uma longa história, cujo primeiro episódio se desenrolou logo após a visita à Rubberex ‘97, em Brighton. Aí nasceu, o que então um grupo de técnicos apelidou, o espírito de Brighton.
A visita à Rubberex ’77 foi organizada pela APIB (Associação Portuguesa dos Industriais de Borracha). Como já foi referido atrás, foi um dos seus Directores, o Sr. António Oliveira que liderou todo o processo. E isso permitiu que técnicos e industriais se conhecessem. É que até essa data, técnicos industriais da mesma indústria permaneciam, como que encerrados num armário, e não se conheciam. Conheciam-se, de um modo geral, de nome! E um ou outro poderia ter o conhecimento pessoal com outro Colega. E o conhecimento de pessoas do mesmo ofício deu-nos o estímulo para nos organizarmos e encontrarmo-nos mais vezes, mesmo em Portugal.
E um grupo de técnicos e industriais tomou a iniciativa de efectuar as primeiras reuniões na empresa Fapobol, por proposta do Sr. Manuel José Pinto de Sousa (um dos filhos do Sr. José Pinto de Sousa). Este sublinhado tem a sua explicação, como adiante se verá. Faziam parte desse grupo o referido senhor M. J. Pinto de Sousa (Fapobol), o Engº Marcelino Chaves (A. Henriques), o Engº Laia Martins (Fábrica de Pneus Fapobol), o Engº Carteado Mena (Monteiro Ribas), o Engº Viana Jorge (Fabor) e eu.
O que é verdade é que, após algumas reuniões de trabalho, o nosso projecto de realização do que seria o 1º Congresso de Indústria da Borracha – o CongreBor), foi pura e simplesmente abortado. Na época, a Fapobol tinha a presidência da APIB e deve ter considerado uma afronta que a realização de qualquer evento sobre borracha em Portugal não fosse de sua iniciativa… Esta a razão do sublinhado!
Mas a ideia não morreu definitivamente!
Mas foram precisos oito anos para que alguns elementos da Comissão Técnica 76 (da qual faziam parte vários técnicos da Indústria Portuguesa de Borracha), tivessem alguém, dentro da APIB, que os escutou e esse alguém foi sem dúvida o seu Director Sr. António Oliveira. Por essa altura, as actividades da APIB eram um pouco mais abertas e mais intensas. Até era publicado, regular e mensalmente, um Boletim da APIB. Para onde contribuí com alguns escritos. E assim, em 1985, e também com a colaboração da APIB, o grupo então intitulado Grupo CT-76 organizou o Primeiro Painel da APIB. Desse Painel mostro o folheto do seu programa e uma fotografia do grupo de participantes, obtida na escadaria do Palace Hotel, no Buçaco.
Frente e verso do programa do I Painel da Indústria da Borracha
Participantes do I Painel da Indústria da Borracha
(Palace Hotel do Buçaco, Março de 1985)
Creio ter sido um êxito. E aí prometemos continuar a trabalhar, para nos encontrarmos mais vezes. Em prol da Indústria da Borracha!