Comprimento das mangueiras

O comprimento que aqui nos interessa não é o comprimento de comercialização nem mesmo o comprimento das unidades comercializadas. O que nos importa  nesta análise é o comprimento das mangueiras produzidas e este depende de vários factores.

Depende, fundamentalmente, do tipo de aplicação da mangueira e do seu diâmetro. Mas depende também do tipo de construção e do processo de produção. Dependerá também do equipamento de produção que vai ser utilizado e, em última análise, do espaço disponível e tipo de instalação industrial, o qual pode limitar a instalação e utilização de determinados tipos de equipamentos de produção. Por exemplo, muitos tipos de equipamentos e métodos de produção, para além de exigirem razoável espaço para operarem,   exigem a instalação de pontes rolantes com um alcance de 200 metros.

Não se tratando de tipos de mangueiras obtidos pelo método de moldagem (normalmente de dimensões relativamente reduzidas), as mangueiras podem ser produzidas por três processos:

O terceiro processo é o menos utilizado. É utilizado sobretudo no fabrico de mangueiras com reforço de telas têxteis ou de fios (tranças, espiras ou malha), com um diâmetro interior geralmente <50 mm, para operarem a pressões relativamente baixas (em geral inferiores a 20 bar) e sem requisitos de tolerâncias dimensionais.

Os mandris rígidos são utilizados, normalmente, no fabrico de mangueiras com mais de 50 mm de diâmetro interior e no fabrico de mangueiras com diâmetros inferiores a 50 mm de diâmetro, para utilização em serviços de muito alta pressão, particularmente as mangueiras reforçadas com cords ou tranças metálicas.

Os comprimentos dos mandris rígidos – que são constituídos por tubos (com ou sem costura) em metais como ferro, aço, aço inoxidável ou alumínio, são muito variáveis. O seu comprimento normalmente diminui à medida que aumenta o seu diâmetro, sobretudo por motivos relacionados com o seu peso, factor decisivo na sua movimentação. O comprimento depende também do tipo de construção utilizada, como pode ser verificado no Quadro 1.

Estes são os diâmetros e comprimentos de mangueiras de produção mais corrente. No entanto, alguns fabricantes produzem mangueiras de borracha com diâmetro interior até 800 mm, destinadas a serviços de média e baixa pressão, sobre mandris rígidos com comprimento de 120 metros. O que é realmente notável!

Existem vários sistemas mecânicos para extracção dos mandris metálicos do interior das mangueiras vulcanizadas. Sistemas que se adequam, particularmente, a mandris com determinada gama de comprimento.

Os mandris flexíveis são fabricados com diversos tipos de materiais, a saber:

Existem basicamente quatro tipos de mandris flexíveis: mandris maciços, mandris com dois componentes, mandris com um orifício interior e mandris com um arame de reforço interior, como veremos com maior detalhe na página relativa a Mandris.

O diâmetro interior das mangueiras fabricadas com mandris flexíveis não excede, regra geral, os 50 mm. O seu comprimento, em condições muito favoráveis de tecnologia, do tipo de mandril e sua lubrificação e dos equipamentos de produção utilizados, pode atingir 500 metros, mas na maior parte dos casos não excede 300 metros, para os diâmetros mais pequenos, em geral inferiores a 12 mm. Comprimentos de 200 a 300 metros são correntes, para mangueiras com diâmetro interior inferior a 25 mm; Comprimentos de 150 a 200 metros são correntes para mangueiras com diâmetro interior compreendido entre 25 e 32 mm. Comprimentos inferiores a 150 metros, mais correntemente 100 metros, são utilizados no fabrico de mangueiras com diâmetro interior >32 mm e <50 mm.

A utilização de mandris (de qualquer tipo) implica a utilização de Agentes de Superfície com características deslizantes, de modo a facilitar a sua remoção do interior das mangueiras. Deve ser utilizado o tipo de agentes deslizante mais adequado ao tipo de mandril e ao tipo de mangueira a produzir.

A remoção dos mandris do interior das mangueiras, após o processo de vulcanização, pode ser efectuada manualmente ou mecanicamente e com o auxílio de uma pressão hidráulica (Mandrel Extraction Systems, Mandrel Release Stations, Pressure Jet Systems). O processo de remoção depende do tipo de mangueira (depende do seu diâmetro, da sua estrutura e do processo de construção) e também do tipo de mandril utilizado e, sobretudo, do seu comprimento.

Numa das empresas onde colaborei, no fabrico de mangueiras para:

eram utilizados mandris em borracha butílica (IIR), com comprimento de 126 metros, para mangueiras com diâmetros interiores até 25 mm. Os mandris eram lubrificados com uma emulsão de base silicone e eram removidos manualmente, apenas com a assistência de um sistema de enrolamento. Para mangueiras com diâmetro interior superior a 25 mm eram utilizados mandris rígidos.