Classificação dos Pneus para Veículos Automóveis

 

Como já referimos, existem vários tipos de pneus, que diferem no tipo de construção, no tipo de materiais de reforço utilizados, se utilizam ou não câmara-de-ar, na relação de aspecto, quanto às condições de utilização, quanto ao tipo de escultura do piso, quanto ao tipo de veículos em que são utilizados e, finalmente, pneus de nova geração, que possuem melhorados vários aspectos do seu desempenho funcional e ambiental. Portanto, temos possibilidade de classificar os pneus de acordo com a variedade de tipos referidos. Tipo de Construção Uma forma de caracterizar os pneus é pelo seu tipo de construção, quanto à disposição das telas de reforço, que veremos adiante com maior desenvolvimento:

  • Construção diagonal (Bias Tyres);
  • Construção radial (Radial Tyres).

 

Tipo de Materiais de Reforço Utilizados

Neste processo de classificação é considerado, cronologicamente, o material utilizado nas telas de corpo – o componente de reforço mais importante. Assim temos:

  • Pneus de linho: os primeiros pneus foram fabricados com telas de linho (1888);
  • Pneus de algodão: face ao preço e escassez, o linho foi substituído progressivamente por algodão, o qual se tornou, em 1910, o grande material de reforço;
  • Pneus de rayon: a descoberta das fibras sintéticas permitiu uma considerável melhoria na qualidade da carcaça e, em 1923, o rayon passou a constituir o material por excelência no reforço dos pneus;
  • Pneus de aço: em 1937 surgem os primeiros pneus fabricados com aço, mas algumas dificuldades técnicas protelaram até cerca dos anos 60 a utilização do aço como um importante material de reforço;
  • Pneus de poliamida: em 1947 surgem as fibras de poliamida (nylon) e a sua utilização no fabrico de pneus, introduzida pela Goodyear, generalizou-se até ao seu apogeu nos anos 70;
  • Pneus de poliéster: as fibras de poliéster começaram a ser utilizadas em 1962 e foram introduzidas pela Goodyear.
  • Pneus de poliaramida: as fibras de poliaramida foram introduzidas pela empresa americana Du Pont em meados da década de 60 e uma das suas primeiras aplicações foi na substituição do aço em pneus de construção radial.

 

Pneus Com ou Sem Câmara-de-Ar
  • Pneus com câmara-de-ar (Tube Type Tyres);
  • Pneus sem câmara-de-ar (Tubeless Type Tyres).

 

Relação de Aspecto

Esta característica é também muitas vezes designada por perfil ou série. É vulgar os fabricantes de pneus designarem os pneus de seu fabrico por pneus da série 75, série 70, série 65, série 60, etc. São geralmente considerados pneus de baixo perfil e de alto desempenho os pneus com uma relação de aspecto inferior a 60; os pneus das séries 35, 30 e 25 são pneus de elevado desempenho utilizados em veículos especiais. Condições de Utilização Consideram-se os tipos de pneus concebidos para diversas condições de utilização:

  • Pneus para tempo quente (Perfomance/Summer tyres);
  • Pneus para todas as estações (All-season tyres);
  • Pneus para pisos molhados (Wet weather tyres);
  • Pneus para todos os tipos de terreno (All-terrain tyres);
  • Pneus para neve, gelo ou lama (Special winter tyres):
    • Pneus sem pregos (Non-studded tyres);
    • Pneus com pregos (Studded tyres).

 

Tipo de Escultura do Piso

Relativamente à escultura do piso, os pneus podem ser classificados:

  • Pneus com escultura do piso simétrica (Symmetrical Tyres);
  • Pneus com escultura do piso assimétrica (Assymmetrical Tyres);
  • Pneus com escultura do piso direccional (Directional Tyres):
  • Pneus com escultura do piso simétrica e direccional (Symmetrical and Directional Tyres);
  • Pneus com escultura do piso assimétrica e direccional (Assymmetrical and Directional Tyres).

Na Figura 17 são mostrados os vários tipos de escultura do piso.

Figura 17 − Tipos de esculturas do piso de pneus

Cortesia de Maxxis International, Taipei, Taiwan

Os tipos de escultura do piso devem ser também adequados ao tipo de serviço prestado pelo pneu (Figura 18), o que origina uma outra forma de classificação dos pneus:

  • Para Longo Curso;
  • Para Percurso Regional;
  • Para Percurso Regional (Inverno);
  • Para Percurso Misto (Longo Curso e Regional);
  • Para Percurso Regional e Fora de Estrada;
  • Para Percurso Fora de Estrada;
  • Para Percurso Urbano;
  • Para Percurso Urbano (Inverno).

Figura 18 – Adequação dos tipos de escultura ao tipo de serviço

Cortesia de Maxxis International, Taipei, Taiwan

 

Tipo de Veículos em que são Utilizados

O tipo de aplicação dos pneus constitui uma das formas possíveis para os classificar, conforme segue:

  • Pneus para veículos de passageiros (Passenger Car Tyres);
  • Pneus para veículos todo-o-terreno (SUV – Sport Utility Vehicles);
  • Pneus para veículos de mercadorias (Commercial, Light Truck and Truck Tyres);
  • Pneus para veículos de movimentação de terras (Earthmover Tyres);
  • Pneus para trabalhos fora de estrada (OTR’s – Off-The-Road Tyres);
  • Pneus para veículos de 2 e 3 rodas (Two-Wheel and Three-Wheel Tyres);
  • Pneus para veículos utilizados na agricultura (Agricultural Tyres);
  • Pneus para aeronaves (Aircraft Tyres);
  • Pneus para motociclos (Motorcycle Tyres);
  • Pneus para velocípedes motorizados (Moped Tyres);
  • Pneus para velocípedes simples (Cycle ou Bicycle Tyres);
  • Pneus de competição para variados tipos de veículos (Racing Tyres).

 

Pneus de Nova Geração, que Possuem Melhorados Aspectos do seu Desempenho Funcional e Ambiental

Podemos incluir neste grupo:

  • Pneus de baixa resistência ao rolamento (Low Rolling Resistance Tyres), que permitem diminuir o consumo de combustível;
  • Pneus que produzem, em rolamento, níveis de ruído mais baixos (Low Noise Tyres);
  • Pneus verdes – também designados por eco pneus (Eco Tyres), que utilizam nos compostos de borracha sílica precipitada em substituição de negro de carbono;
  • Pneus auto vedantes (Self-Sealing Tyres); em caso de perfuração, existe na base do piso um composto especial que efectua, automaticamente, a vedação da zona danificada e impede a perda do gás de enchimento (ar ou azoto);
  • Pneus auto-sustentáveis (Self-Supporting Tyres), aptos a rolarem sem pressão, embora a velocidade e percurso limitados (tipicamente não mais de 80 km/hora e não mais de 80 km), dos quais existem várias tecnologias (Bridgestone, Pirelli e Michelin), sendo genericamente designados por Runflat tyres. A identificação deste tipo de pneus, para além da marcação obrigatória, possui vários tipos de inscrições, que variam de fabricante para fabricante, como segue:
    • DSST – Dunlop Self-Supporting Technology;
    • RFT – Run Flat Tyre;
    • ROF – Run On Flat;
    • RunFL – Run Flat;
    • RunOnFlat – Run On Flat;
    • ZP – Zero Pressure;
    • P Zero – Pressure Zero.
  • Pneus com suporte auxiliar (Auxiliary Supported Tyres), aptos a rolarem sem pressão, devido à existência de um anel de suporte que envolve a jante (Sistema Pax, da Michelin).

Pode constatar-se que muitos dos aspectos atrás referidos constituem, de facto, fases da evolução histórica do fabrico dos pneumáticos.