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Uma operação de extrusão não é uma tarefa difícil, mas exige do operador um bom conhecimento:
A extrusora não deve operar sem que lhe tenha sido alimentado o composto de borracha, para evitar o atrito entre o fuso e a camisa.
Todos os órgãos da extrusora devem ser aquecidos (corpo, cabeça, fieira e fuso) antes de iniciar a operação, a uma temperatura que deve ser a temperatura de regime da operação. No Quadro 3 indica-se, a título meramente indicativo, perfis de temperatura utilizados para compostos dos tipos mais correntes de borracha. Estes perfis de temperatura dependem das características reométricas dos compostos e, como tal, devem ser aferidas caso a caso. Dependem ainda dos equipamentos, do seu estado de conservação e da sua capacidade para manter as temperaturas solicitadas nas várias partes da extrusora.
Quadro 3: Perfis de temperatura utilizados na extrusão alguns tipos de borrachas | ||||||
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Tipo de borracha | Zona ali-mentação | Zona vácuo | Corpo | Cabeça | Fieira | Fuso |
Borracha Natural (NR) | 60-65 | 65-75 | 50-55 | 80-85 | 80-85 | 65-75 |
Estireno butadieno (SBR) | 60-65 | 70-75 | 50-55 | 75-80 | 75-80 | 65-75 |
Acrilonitri-lo Butadi-eno (NBR) | 65-70 | 70-75 | 55-60 | 85-95 | 85-95 | 65-75 |
Etileno Propileno Dieno (EPDM) | 60-65 | 70-80 | 50-55 | 80-85 | 80-85 | 65-75 |
Policloro-preno (CR) | 60-65 | 70-75 | 50-55 | 70-75 | 70-80 | 65-70 |
Poliisobuti-leno Iso-preno (IIR) | 65-70 | 75-80 | 55-60 | 85-95 | 85-95 | 65-70 |
Após a alimentação do composto de borracha se ter iniciado, deve deixar-se fluir uma quantidade de composto de borracha para fora da extrusora, sem a fieira montada. A fieira é montada em seguida, liga-se de novo a extrusora e deixa-se fluir mais uma quantidade de borracha. Estas operações preparatórias devem ser realizadas na velocidade mínima. Ajustar então a velocidade da extrusora e a velocidade do tapete de saída para as velocidades especificadas, deixar fluir mais uma certa quantidade de borracha até que, quer no aspecto dimensional, quer no aspecto geométrico, o extrudido se apresenta satisfatório. O material passado na extrusora não deve, em princípio, ser reutilizado. No entanto, muitas empresas reutilizam esse material, o que, a acontecer, não deve exceder 5% do material alimentado.
O operador deve, periodicamente, controlar o aspecto, forma e dimensões do extrudido, de maneira a garantir a sua boa qualidade. Para o efeito deve proceder ao corte periódico de amostras. Em linhas de moderna concepção, o controlo pode ser feito de uma forma não destrutiva, isto é, não é necessário cortar o extrudido, portanto sem qualquer interrupção. O controlo manual é efectuado com o auxílio de craveira (ou paquímetro), balança – para controlo do peso por unidade de comprimento e a secção pode ser observada num ampliador (normalmente 10X) por comparação com um desenho padrão da secção do extrudido, com a mesma ampliação.
No termo do dia de trabalho, deve cortar-se a alimentação e quando o débito de material for praticamente nulo (isto é, praticamente toda a borracha foi expulsa) deve parar-se a máquina; procede-se então à desmontagem da fieira e dos restantes elementos da cabeça, e procede-se então à sua limpeza. Não se deve, em circunstância alguma, deixar-se composto de borracha no corpo ou na cabeça da extrusora, nem tampouco suspender operação por períodos de tempo mais ou menos prolongados. Corre-se o risco de ocorrer pré-vulcanização, sendo então bem mais complicada a operação de limpeza da extrusora. Por vezes procede-se à limpeza da extrusora com borracha não acelerada.
A manipulação de todos o órgãos da extrusora deve fazer-se de forma cuidada, para não causar danos; as próprias ferramentas auxiliares devem ser da material macio (latão ou nylon); os martelo devem ser de madeira ou de plástico.