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O tipo de artefacto a produzir pode, em muitos casos, definir de uma forma inequívoca, o processo de fabrico a utilizar. Todavia, existe um grande número de artefactos que pode ser obtido por diferentes processos, portanto processos alternativos, que podem introduzir limitações eventualmente incompatíveis com algumas das exigências previamente definidas. Uma elevada quantidade de artefactos pertence à grande família dos vulgarmente chamados MOLDADOS, os quais podem ser obtidos por:
A utilização de um ou de outro processo pode ter a ver com a precisão pretendida, com o tamanho da série de produção, com as cadências de entrega e com o tipo de artefacto a produzir. As anilhas em borracha são um exemplo que ilustra bem o que dizemos. Estes artefactos podem ser obtidos:
De acordo com a norma ISO referida, as tolerâncias para uma anilha de 25 mm de diâmetro exterior, 12,5 mm de diâmetro interior e 6,0 mm de espessura, devem ser as seguintes (Tabela 5):
Processo | Grau de Tolerância | Diâmetro interior, mm | Diâmetro exterior, mm | Espessura da parede, mm | Espessura da anilha, mm |
---|---|---|---|---|---|
Moldagem | M1 precisão | ±0,15 | ±0,20 | – | ±0,10 |
M2 alta qualidade | ±0,20 | ±0,25 | – | ±0,25 | |
M3 boa qualidade | ±0,40 | ±0,50 | – | ±0,40 | |
M4 não crítica | ±0,80 | ±1,00 | – | ±0,50 | |
Extrusão s/ suporte + corte | E1 / EC1
alta qualidade |
±0,50 | ±0,70 | – | ±0,20 |
E2 / EC2
boa qualidade |
±0,80 | ±1,00 | – | ±0,35 | |
E3 /EC3
não crítica |
±1,30 | ±1,60 | – | ±0,50 | |
Extrusão c/ suporte + corte | EN1/EC1 precisão | ±0,35 | ±0,40 | – | ±0,20 |
EN2 / EC2
alta qualidade |
±0,40 | ±0,50 | – | ±0,35 | |
EN3 / EC3
boa qualidade |
±0,70 | ±0,80 | – | ±0,50 | |
Extrusão c/ suporte + Rectificação + Corte | EG1 / EC1
precisão |
±0,20 | ±0,20 | – | ±0,20 |
EG2 / EC2
boa qualidade |
±0,35 | ±0,40 | – | ±0,35 | |
EW1 / EC1
precisão |
– | – | ±0,15 | ±0,20 | |
EW2 / EC2 boa qualidade | – | – | ±0,20 | ±0,35 | |
Corte com vazador, a partir de folhas de borracha | ST1 precisão | ±0,35 | |||
ST2 alta qualidade | ±0,50 | ||||
ST3 boa qualidade | ±0,70 |
Como se pode observar, os valores de tolerância apresentam variações relativamente grandes:
Tudo dependerá do tipo de processo de fabrico utilizado. A informação do cliente é decisiva quanto à selecção da classe de tolerâncias a adoptar, ainda que o projectista possa recomendar a sua opinião. O projectista deve também tomar em consideração, como atrás foi referido, o número de artefactos a produzir e a cadência de entregas, a duração esperada para o artefacto e a importância do artefacto no produto final, do ponto de vista técnico, do ponto de vista económico e do ponto de vista estético.
Os artefactos podem ser incorporados em equipamentos originais; porém, devem existir no mercado artefactos de substituição. O número de artefactos de substituição está naturalmente relacionado com o seu tempo de vida útil. A maior ou menor facilidade de substituição pode como que “obrigar” à adopção de um grau de qualidade que proporcione uma duração mais prolongada. Esto é, de certa maneira, equivalente a dizer que o artefacto tem uma função mais importante, o que vai reflectir-se, necessariamente, no seu preço de custo.
Na realidade, não é indiferente produzir umas dezenas, um milhar ou centenas de milhar de artefactos de borracha. Sabemos que a produção de uma série de grande dimensão de artefactos (seja, por exemplo, 1 milhão anual de unidades) pode não ser conseguida, de uma maneira cómoda, económica e com os prazos de entrega rigorosamente cumpridos, por um processo de moldagem por compressão, em que a operação de remoção de rebarbas é realizada manualmente. Isto significa que cerca de 5.000 unidades terão de ser armazenadas por dia, artefactos que devem estar de acordo com todos os requisitos estabelecidos previamente com o cliente.
É claro que a produção de um determinado tipo de artefacto, utilizando um determinado processo de fabrico, pode não ser viável, seja elo volume do artefacto, seja por um grau de exigência elevado, seja por limitações de preço, seja ainda por qualquer outro motivo. Estas serão umas tantas mais razões para que o projectista e o tecnologista devam permutar pontos de vista, de forma que o processo seleccionado seja o mais adequado, técnica e economicamente.