Navegação
Durante a 1ª Guerra Mundial surgiram algumas dificuldades com o abastecimento de negros de carbono. Em consequência, emerge a necessidade de encontrar uma matéria-prima para o substituir.
Por outro lado, com o desenvolvimento da Indústria da Borracha, surge a necessidade de fabricar artigos de cor branca ou coloridos. As cargas a utilizar, além de proporcionarem a possibilidade de obtenção de artigos brancos ou coloridos deveriam, por outro lado, proporcionar um grau de reforço semelhante ao proporcionado pelos negros de carbono.
O problema que então passou a ser analisado foi o da descoberta de uma carga reforçante clara, que permitisse obter vulcanizados de cores claras, com propriedades semelhantes à dos vulcanizados carregados com negros de carbono. Os estudos efectuados foram, em certa medida, estimulados por alguns factos, dentre os quais se destacam:
Estados Unidos da América do Norte e Grã Bretanha foram os países que mais contribuíram para a resolução de tal problema, com a produção em grande escala de novas classes de cargas não negras, como por exemplo:
Antes da 2ª Guerra Mundial, o número de cargas não negras consideradas como reforçantes eram apenas o óxido de zinco e o carbonato de magnésio, os quais estavam disponíveis em vários graus de qualidade.
O óxido de zinco utilizava-se não só como reforçante, como também como pigmento corante e como activador/acelerador da vulcanização. Do ponto de vista de reforço proporcionava uma boa resiliência e uma boa resistência ao envelhecimento provocado pelos agentes atmosféricos. O grande inconveniente é o seu elevado peso específico, a que lhe corresponde um elevado custo por unidade de volume.
Do ponto de vista reforçante, o óxido de zinco pode ser comparado a uma carga de negro de carbono semi-reforçante, no que diz respeito às propriedades de resistência à tracção e ao rasgo. Porém, em proporções elevadas, a dureza e a resistência à tracção são relativamente baixas.
O carbonato de magnésio era utilizado sempre que a acção de pigmentação fosse de menor importância. A utilização de uma qualidade especial de carbonato de magnésio permite a obtenção de artigos transparentes e translúcidos. Em reduzidas proporções confere uma alta resistência à tracção, mas à medida que aumenta a sua proporção, as propriedades físicas baixam, em especial a resistência ao rasgo. O carbonato de magnésio é satisfatório quando utilizado em proporções baixas. Todavia, enrijecem os compostos de borracha não vulcanizados, sobretudo os baseados em borracha natural (NR) e em borracha de poliisopreno (IR). Nos artigos vulcanizados proporciona uma maior dureza do que o óxido de zinco.
Quando analisamos o conceito de reforço, vimos a dificuldade em estabelecer um critério. Vimos que, quando se considera uma carga como reforçante, isso não quer dizer que ela confira aos vulcanizados, simultaneamente, boa resistência à rotura, bons módulos, grande resiliência, grandes alongamentos, boa resistência ao rasgo, boa resistência à abrasão, à flexão, ao envelhecimento, etc. O termo reforçar é usado mais propriamente no sentido de melhorar uma determinada característica ou conjunto de características, mas não todas em simultâneo.
Alguns dos produtos citados podem mesmo superar, nalgumas propriedades, as características conferidas pelos negros de carbono. Todavia, o negro de carbono foi considerado, durante muitos anos, a melhor substância reforçante.