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Muitos artefactos de borracha, quando em serviço, estão em contacto com substâncias líquidas da mais variada natureza: ácidos, alcalis, solventes, óleos, gasolina, gasóleo, substâncias gordas, etc., a temperaturas diversas. Muitas borrachas não são adequadas para estar em contacto, mais ou menos prolongado, com determinadas substâncias; outras há que, apesar de afectadas, são o melhor compromisso para a aplicação em causa.
Quando se imerge um provete de borracha num determinado fluido podem acontecer três situações:
Portanto, há necessidade de ensaiar o comportamento das borrachas na presença de determinados líquidos, de modo a avaliar:
Existem diversas normas que estabelecem as condições de ensaio – tipos de provetes, tipos de líquidos, tempo e temperatura de imersão. Alguns dos líquidos normalizados previstos pelas normas NP ISO 1817, ISO 1817 e ASTM D471 são os seguintes:
São utilizados, como provetes de ensaio, os discos para medida da dureza e os provetes tipo haltere para determinação das alterações nas características elásticas. Podem ser observadas as seguintes alterações:
Variação de peso
Exprime-se em percentagem. É calculada a diferença de peso do provete antes e depois da imersão, que se divide pelo peso inicial e multiplica-se por 100.
Variação de volume
Pode ser calculada utilizando as variações dimensionais do comprimento, largura e altura do provete. Contudo é um método pouco rigoroso. Um método mais rigoroso consiste na pesagem hidrostática do provete antes e depois da imersão.
Variações dimensionais
São efectuadas as medidas das três dimensões do provete (comprimento, largura e altura) antes e depois da imersão. A variação é expressa em percentagem, relativamente à dimensão inicial.
Quantidade de material extraído
Pode ser determinado, após separação do líquido utilizado na imersão. Se o líquido é relativamente volátil, a separação é relativamente simples. Contudo, pode tornar-se bastante difícil e obrigar a processos de separação mais complicados. A quantidade em peso de materiais extraídos é expressa em percentagem do peso inicial do provete.
Variações de propriedades físicas
As diferentes propriedades são medidas previamente; outros provetes são imersos no líquido em causa, onde permanecem o tempo especificado e à temperatura especificada. Após esta imersão, as propriedades são de novo determinadas e calcula-se de seguida a percentagem de variação observada na propriedade em estudo.
Sendo:
P = percentagem de variação da propriedade;
F = valor da propriedade, após a imersão;
I = valor da propriedade em provetes não sujeitos a imersão.
P, % = (F – I) x 100 / I
No caso da dureza, a variação exprime-se simplesmente pela diferença no valor da dureza:
D = F – I,
Sendo D a variação da dureza, expressa em unidades de dureza.
As diferentes borrachas podem ser classificadas, em função de variação de peso, da variação da tensão de rotura e da variação de dureza, da seguinte forma:
% de variação |
Classes de Inchamento |
||||
A | B | C | D |
E |
|
No peso |
±2 | ±5 | ±15 | ±30 | >30 |
Na tensão de rotura |
±10 | ±20 | ±30 | ±50 | >50 |
Na dureza (∆ pontos) |
±2 | ±5 | ±10 | ±15 |
>±15 |
Classificação | Muito Boa Resistência | Boa Resistência | Resistente | Fraca Resistência |
Não Resistente |
Na Tabela 4 apresenta-se a resistência química dos diversos tipos de borracha na presença de de substâncias químicas.