A utilização de efeitos deslizantes em produtos Plásticos é uma técnica relativamente frequente. A utilização destes efeitos em produtos de Borracha pode considerar-se relativamente reduzida. Pode dizer-se que se resume a um número relativamente pequeno de aplicações, tais como alguns componentes para o sector automóvel, vedantes (particularmente, os vedantes do tipo O-Ring), perfis para diversos fins e para cabos eléctricos.
Pela maior complexidade, em termos de constituição, dos compostos de borracha, a obtenção do efeito deslizante, traduzido pela redução do coeficiente de atrito (CoF – Coefficient of Friction) existente entre a superfície do artefacto de borracha e a superfície em contacto, constitui uma tarefa que exige o conhecimento das várias características em jogo, no que respeita não somente aos vários ingredientes do composto de borracha, mas também aos diversos Agentes Deslizantes ou Agentes Lubrificantes Externos (Slip Agents) disponíveis no mercado, de modo que a sua selecção seja a mais ajustada para a aplicação em concreto.
Como se pode constatar, reveste-se de alguma complexidade este aspecto particular de formulação. E exige, para além de uma grande experiência, um apreciável trabalho experimental, para avaliação de resultados.
A concentração do Agente de Lubrificação Externa na massa de borracha depende obviamente, do seu nível de dosagem. Este é, no caso dos compostos de elastómeros expresso na base PHR mas, com alguma frequência, é expressa em percentagem da massa de borracha.
Para os diversos Agentes Deslizantes disponíveis nem sempre são conhecidas as suas características de solubilidade (por exemplo, os parâmetros de solubilidade de Hildebrand ou de Hansen), nem as suas polaridades. Tampouco existem, em muitos casos, recomendações dos seus fabricantes relativamente a níveis de dosagem a utilizar. O que, em certa medida, se compreende, considerando a complexidade do problema e a grande variabilidade dos compostos de borracha. Se essa informação é escassa no que diz respeito aos Materiais Plásticos, ela é bem maior no que diz respeito aos Materiais Elastoméricos. Por isso, os níveis de dosagem indicados nos meus textos são meramente indicativos. O trabalho experimental, na verdade, será a melhor via para obtenção de bons resultados práticos. Como temos repetido!