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Já referimos que, de acordo com o processo utilizado, a tela pode ser revestida numa das suas faces, nas duas faces (numa só operação ou em duas fases). A espessura do revestimento é muito variável – depende obviamente das aplicações, mas varia, em geral, entre 0,05 mm e 1,0 mm. Outra característica importante é a largura da tela a revestir; esta largura está de certo modo limitada pela capacidade do equipamento disponível. A solução de composto de borracha é preparada da mesma forma que as colas, tal como vimos em Materiais para Recauchutagem. Cada tipo de borracha exige um determinado tipo de solvente ou mistura de solventes. As soluções de composto de borracha podem, em muitos casos, e para aumentar o seu tempo de vida, ser produzidas em sistemas de dois componentes (sistemas A + B), soluções que são misturadas no momento da utilização. Existem equipamentos preparados para este tipo de sistemas e possuem dispositivos de mistura dos dois componentes. No Quadro 1 indicam-se, para alguns tipos de borrachas, os solventes correntemente utilizados e também os aditivos que proporcionam uma maior adesão ao substrato têxtil.
Valores de adesão de 1,4 a 2,5 kg por centímetro são correntes. Contudo, um aumento nos valores de adesão diminui a resistência ao rasgo, pelo que há que estabelecer a melhor solução de compromisso. No Quadro 2 mostram-se algumas contexturas de telas utilizadas em operações de Endução (contexturas básicas dos tipos tafetá, basket, sarja, cetim e redes.
A superfície do revestimento pode ser lisa ou possuir algum tipo de gravação; é no processo de vulcanização que a gravação é aplicada. Numa vulcanização em autoclave, a gravação pode ser efectuada pelo material separador; numa vulcanização em rotocure, a gravação pode ser efectuada por uma manta de gravação, adequada para o efeito. No Quadro 3 apresentam-se alguns tipos de gravações.
No Quadro 4 mostram-se alguns tipos de tecidos e de revestimentos obtidos por estes processos.
O tecido camuflado revestido com borracha preta numa das faces foi fabricado para o Exército Português pela empresa Fábrica Portuense de Borracha, SA – Fapobol, empresa já extinta. O revestimento era aplicado pela técnica do spreading, em duas camadas, e posteriormente era vulcanizado numa estufa de ar quente (processo ilustrado esquematicamente na Figura 6).
Figura 6 – Linha de produção de tecido camuflado revestido com borracha
(Técnica de spreading) (Clicar para ampliar)
A aplicação da 2ª camada e a vulcanização eram efectuadas em regime contínuo. Uma outra empresa, Pereira & Brito, Lda., empresa também já extinta, produziu o mesmo artigo por um processo de calandragem, seguido de vulcanização em rotocure (processo ilustrado esquematicamente na Figura 7). A generalidade das telas apresentadas no Quadro 4 foi produzida pela empresa Pereira & Brito, Lda. esta empresa forneceu também telas revestidas com borracha para o fabrico de barcos insufláveis destinados à Armada Portuguesa.
Figura 7 – Linha de produção de tecido camuflado revestido com borracha
(Técnica Calandragem-Rotocure) (Clicar para ampliar)