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Cabeça para extrusão normal
É o tipo mais simples e mais corrente. A direcção do eixo do fuso coincide com a direcção do material extrudido; este é constituído apenas por um tipo de material e não possui qualquer tipo de inserções (têxteis ou metálicas). Este tipo de cabeça é adequado para a extrusão de tubos, perfis, cordões, etc., com saídas simples, duplas ou múltiplas (Figuras 12 e 13).
Cabeça para extrusão de placas ou tiras largas a partir de um tubo
A direcção do eixo do fuso, neste caso, coincide também com a direcção do extrudido. O cabeçal é concebido para a extrusão de um tubo de parede espessa (a espessura da placa pretendida) de grande diâmetro (o perímetro é igual à largura da placa a obter); na saída da fieira é colocada uma lâmina de corte, que abre longitudinalmente o tubo, tornando-o numa placa ou folha. Este tipo de cabeça é adequado para a extrusão de placas ou folhas para aplicações diversas (Figura 14).
Cabeça para extrusão de placas, tiras largas ou camelback
A direcção do eixo do fuso, neste caso, coincide também com a direcção do extrudido. Neste caso a cabeça é concebida de forma a fazer convergir o material para um plano preferencial, permitindo assim obter produtos extrudidos cuja secção tem uma largura substancialmente superior à sua espessura e que é, ainda, superior a 2 a 2,5 vezes superior ao diâmetro do fuso da extrusora. Este tipo de cabeça é adequado para a extrusão de pisos para o fabrico de pneus, de pisos para recauchutagem de pneus (camelback) e de folhas e tiras para aplicações diversas (Figura 15 e 16).
Os materiais extrudidos estão isentos de ar e, se existirem elementos filtrantes, também isentos de impurezas, pelo que poderão ser de imediato vulcanizados em prensas convencionais ou em rotocure. A obtenção de placas de borracha micro celular por este processo é uma das aplicações concretas deste tipo de equipamento.
Cabeça para filtração
(Veja-se também o capítulo “Filtração de Compostos de Borracha” em Misturadores Internos)
Este tipo de cabeça tem uma configuração especial, com um diâmetro superior ao diâmetro exterior do corpo da extrusora, permitindo assim a saída do material filtrado por uma área sensivelmente igual à da secção do corpo da extrusora. A fieira, neste caso, é substituída por um conjunto de elementos filtrantes – 2 a 3 redes metálicas, com diferentes aberturas; este conjunto de redes é suportado por um disco em aço, com um elevado número de perfurações, com cerca de 8 mm (para as extrusoras de maior diâmetro.
A operação de filtração visa a eliminação de impurezas contidas nos compostos de borracha. A presença de impurezas nos compostos de borracha utilizados na produção de câmaras-de-ar, membranas, revestimento de cilindros e de outros produtos é altamente crítica.
Como consequência do trabalho de filtração, obtém-se também uma sensível melhoria no grau de dispersão e de homogeneização do composto de borracha, para além da remoção das indesejáveis impurezas.
No decurso da operação de filtração o elemento filtrante vai ficando obturado com impurezas, do que resulta um aumento de pressão na extrusora, uma queda na pressão de saída e no débito horário de material filtrado, um aumento da temperatura em especial na cabeça, devido às elevadas forças de atrito e também um aumento da potência consumida pelo motor. Antes que o processo se torne tecnicamente inviável, deve proceder-se à substituição dos elementos filtrantes.
Os filtros podem ser de dois tipos: contínuos ou descontínuos. Os primeiros, como o próprio nome indica, permitem a substituição do elemento filtrante sem grande perda de tempo, embora originem sempre uma quebra muito ligeira no ritmo de produção. Os filtros do segundo tipo obrigam, necessariamente, a uma interrupção mais ou menos prolongada do processo, o que depende da concepção do sistema e da aptidão do operador. Estas interrupções são ainda mais prolongadas quando se trata de filtrar compostos de borracha já acelerados, pois que neste caso a paragem obriga a uma completa limpeza da extrusora-filtradora, com os decorrentes desperdícios de mais tempo e de material.
As extrusoras-filtradoras são normalmente máquinas muito robustas e são accionadas, geralmente, por motores com potência superior aos que normalmente equipam as extrusoras vulgares, de igual diâmetro e comprimento de fuso.
Nas extrusoras-filtradoras o fuso possui também uma configuração especial. São normalmente alimentadas a quente. Como as cabeças de filtração são normalmente pesadas, elas são accionadas eléctrica, hidráulica ou pneumaticamente; o accionamento manual, mesmo com o auxílio de um garibaldi é também possível, embora mais moroso e mais trabalhoso.
O material filtrado poderá ser utilizado de imediato, se estiver acelerado, ou poderá aguardar para uma fase subsequente. Poderá deixar-se arrefecer ao ar, em pedaços, ou então processar-se em misturador aberto e passar-se à forma de manta.
As extrusoras-filtradoras são também equipamentos essenciais numa linha de produção de borracha regenerada, de boa qualidade.
A operação de filtração pode efectuar-se em simultâneo com a extrusão de um artigo de borracha (um perfil, um tubo, etc.), utilizando um sistema estacionário de filtragem. Para o efeito, na cabeça da extrusora é instalado um sistema filtrante, composto por duas ou três redes de aberturas diferentes (a mais fina é sempre montada no lado da fieira) e um disco de aço perfurado. Aqui colocam-se o mesmo problema que já referimos quando abordamos a filtração do composto de borracha: à medida que a operação decorre, o sistema filtrante fica mais e mais obturado, até que o rendimento da extrusora começa a ser afectado, bem como a qualidade do extrudido (forma e dimensões). Se existir um manómetro para medir a pressão na cabeça, observa-se uma elevação de pressão; e o valor desta pode ser uma informação correcta de que é altura de substituir o elemento filtrante.
Cabeça para alimentação de calandras
A configuração geométrica deste tipo de cabeças assemelha-se ao bocal de um assobio; este facto permite que a saída do material se faça directamente entre os dois rolos de uma calandra. Esta técnica, que combina uma extrusora e uma calandra e dois rolos permite substituir as mais onerosas calandras de 3 ou 4 rolos, com a vantagem de possibilitar a obtenção de materiais calandrados com espessuras de 2 a 25 mm com elevado rigor dimensional, isenta de bolhas de ar. Esta mesma operação quando realizada nos equipamentos tradicionais é difícil, custosa (concretizada normalmente em várias fases – 2, 3, 4 ou mais passagens – e nem sempre isenta de imperfeições. Na Figura 18 é mostrada uma cabeça deste tipo.
Na Figura 19 apresenta-se um conjunto roller-head, constituído por uma extrusora com as características atrás referidas e por uma calandra de dois rolos, complementada por sistemas de arrefecimento e enrolamento do material calandrado.