Manutenção de Moldes

Este tema reveste-se de enorme importância durante a vida útil de um molde. Mas será abordado de uma forma superficial. É aos especialistas neste domínio que cabe a difícil missão de estabelecer planos e procedimentos de Manutenção que não só assegurem um bom funcionamento do molde em toda a sua vida útil mas que possam mesmo prolonga-la, se tal for possível.

Quando um molde novo é fabricado, para a produção de uma determinada quantidade de peças deve ser estimado, previamente, o número de ciclos de vida útil. O valor desta estimativa influenciará, decisivamente, muitos dos aspectos relacionados com o seu fabrico, nomeadamente a concepção do molde e o material utilizado na sua construção.

Para estimar o número de ciclos de produção que cada molde pode operar, devem ser tomados em consideração vários factores. Todavia, os principais são:

A dureza do material utilizado na construção do molde tem uma grande importância no tempo de vida do molde, especialmente no que respeita a resistência ao desgaste. Tipos de aço com dureza compreendida entre 38 e 45 Rockwell C são aconselháveis apenas para a execução de moldes de pequenas séries de produção.

Moldes tratados termicamente e/ou superficialmente depois das operações de maquinagem, com dureza compreendida entre 50 e 60 Rockwell C são aconselháveis para grandes séries de produção, podendo operar sem qualquer problema durante várias centenas de milhar de ciclos.

A associação americana SPI – Society of the Plastics Industry, estabeleceu cinco classes de moldes, tendo em consideração o número de ciclos de moldagem previstos na sua via útil (Quadro 17).

Após entrada em funcionamento de um determinado molde, deve ser estabelecida uma estimativa de um número de ciclos de moldagem que, ao ser atingido, corresponderá a uma primeira paragem na produção para que o molde seja submetido a uma primeira avaliação da sua condição e a uma manutenção preventiva. Nessa estimativa deve ser considerada a complexidade do molde, a existência em maior ou menor número de partes móveis, maior ou menos número de cavidades, da existência ou não de machos, o sistema de extracção, a qualidade do material de construção do molde, etc..

Da análise que for efectuada na primeira paragem do molde, da sua condição geral e da condição dos seus órgãos ou componentes mais solicitados, o número de ciclos a observar para ser efectuada uma nova intervenção pode ser encurtado ou ampliado. Pode também dar-se o caso de serem estabelecidos prazos intermédios para substituição de alguns componentes do molde como, por exemplo, anéis de vedação, ejectores e outras partes móveis sujeitas a desgaste, posicionadores, molas, blocos de travamento, etc..

O operador de moldagem deve estar também sensibilizado para que, no momento em que se detecte algum tipo de anormalidade no funcionamento do molde, nem que seja apenas por uma simples inspeção visual, alerte o seu superior hierárquico, para que este solicite a necessária intervenção. Este procedimento pode evitar a ocorrência de situações bem mais graves e de correcção bem mais demorada.

O plano de intervenção para manutenção de um molde, nada tem a ver com o plano de limpeza do molde. São dois planos distintos, que visam corrigir diferentes aspectos de funcionamento de um molde. Além destes planos de intervenção, terão de ser elaborados também planos e procedimentos de intervenção, para diferentes níveis de inspecções e operações de manutenção, como se mostra no Quadro 18.

Nota (1)   O número de ciclos, dias de produção, corridas de produção ou a metade do número de ciclos estimados para a vida do molde são indicados a título meramente exemplificativo; estes números devem ser estabelecidos em conformidade com o tipo de molde, material de construção, com a sua complexidade e com a cadência diária de produção.

Especial atenção deve também merecer a operação de montagem e de desmontagem dos moldes. Igualmente a forma de os movimentar na oficina (para operações de manutenção) ou de os transportar para o armazém de moldes.

Um molde cujo destino seja o armazém de moldes deve ser objecto de uma limpeza e de uma cuidada inspecção para verificar a sua condição, sendo reparado se necessário, ou mesmo substituídos alguns dos seus componentes, se apresentarem desgaste, deformações ou outros tipos de danos.

Os moldes que sejam armazenados terão de ser protegidos por fluidos adequados, que os protejam da humidade, grande causadora de fenómenos de corrosão.