Definição dos Parâmetros de Calandragem

 

O estabelecimento dos parâmetros de calandragem, face aos diversos tipos de variáveis presentes e atrás descritos – composto, calandra e equipamentos a montante e a jusante – fica por regra limitado ao que se designa por janela de viabilidade do processo (Figura 20).

Fig20-Janela-processamento

Figura 20 – Janela de viabilidade do processo de calandragem

Fora dos limites definidos por esta janela, surgem diversos tipos de problemas, que resultam da utilização de parâmetros inadequados, por excesso ou por defeito, para um determinado tipo de composto e um determinado tipo de sistema de calandragem, entendendo-se, por este, todos os equipamentos envolvidos no processo. Vejamos alguns dos problemas que surgem:

  • A utilização de borracha fria (borracha a uma temperatura abaixo de um valor mínimo necessário) origina calandrados com a superfície rugosa – portanto irregular – e sem rigor dimensional (para além do seu mau aspecto);
  • A utilização de borracha muito quente (borracha a uma temperatura superior a um valor máximo tolerável) origina calandrados com muitas bolhas e na eminência de ocorrerem situações de pré-vulcanização;
  • Velocidades de operação muito baixas podem não apresentar inconvenientes técnicos – ocorrência de qualquer defeito no calandrado, mas são desaconselháveis em termos de produtividade;
  • Velocidades de operação muito altas provocam o aparecimento de bolhas e de rasgos no calandrado; se a operação decorrer numa faixa de altas temperaturas, o calor desenvolvido por fricção pode ser um contributo para a ocorrência de pré-vulcanização. Nestas condições, o calor gerado não é dissipado, pois a capacidade de arrefecimento dos rolos da calandra fica também diminuída. Nos processos de calandragem, as velocidades de corte típicas envolvidas variam entre 6 e 500 s-1; o valor máximo coincide com o valor máximo atingido nos processos de extrusão.