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Durante a minha colaboração com a empresa Mabor-DAP nos anos 1987 e 1988 analisei os processos de produção dos tubos de gás butano e propano, que me pareciam um tanto antiquados. Desse estudo ressaltou a grande economia que resultaria para a produção dos referidos tubos, se fosse utilizado o processo de vulcanização em microondas. O valor da produção dos referidos tubos rondaria, na época, os 20% do valor total de facturação da empresa.
E assim, num Relatório enviado à Administração da Mabor em Outubro de 1988, foi proposta a aquisição de uma linha de vulcanização em contínuo por microondas e de uma espiraladora, com as necessárias justificações. Aquisições que foram aprovadas.
No estudo participou o Sr. Augusto Costa, Chefe de Produção da Mabor-DAP. E, de uma forma resumida, mostram-se nas Figuras 1 e 2 as comparações, entre o processo tradicional e o processo proposto de vulcanização em microondas, para as produções dos referidos tubos de butano e de propano. São por demais evidentes as vantagens dos novos métodos propostos, como se pode constatar, quer na redução da mão-de-obra, expressa em Homens-hora e no número de dias de cada ciclo produtivo.
Figura 1 – Tubo de gás butano. Comparação de processos de fabrico (Clicar aqui para ampliar)
Figura 2 – Tubo de gás propano. Comparação de processos de fabrico (Clicar aqui para ampliar)
Acontece que, por insistência do Sr. J. A. Pinto de Sousa, regressei à empresa Fapobol em Janeiro de 1989. E lá me mantive até Dezembro de 1991.
Regressei então à Mabor-DAP, rebaptizada pelo Grupo Amorim (que havia adquirido a empresa Mabor), como Polímeros do Ave, SA. Assumi funções como vogal do Conselho de Administração, com a responsabilidade do pelouro Fabril.
E, com alguma surpresa (ou talvez não…) pude então verificar que os equipamentos adquiridos em finais de 1988 (entretanto recebidos na empresa), se encontravam fora de serviço!!!
Situação muito estranha, que somente tem duas explicações possíveis:
Poucas semanas depois do meu regresso, os equipamentos foram colocados em funcionamento nas linhas de produção para que foram adquiridos. A primeira produção a ser posta em marcha, por mais fácil, foi a do tubo de gás butano.
Foram ajustados os sistemas de vulcanização dos compostos de borracha utilizados, como se sabia ser necessário efectuar.
Na produção dos tubos de gás propano surgiu o problema de colocar em funcionamento a espiraladora. Contei então com a preciosa ajuda do Eng.º Carlos Breda (técnico das empresas Ibotec e Fersil), que possuía, na Fersil, uma espiraladora exactamente igual. O meu Colega rapidamente resolveu o problema (não terá demorado 5 minutos!), que apenas tinha a ver com a incorrecta passagem dos fios de reforço!
Estavam assim reunidas as condições para colocar em marcha os dois novos processos de produção dos tubos de gás butano e de propano, sem qualquer tipo de limitação ou de constrangimento.
O encurtamento dos ciclos de produção (traduzido no número de dias úteis) e nos gastos de mão-de-obra (traduzidos em Homens.Hora), bem visíveis nos estudos prévios efectuados (como referi, com a preciosa ajuda do Sr. Augusto Costa), cedo se confirmaram. E não haviam sido contabilizadas as grandes poupanças energéticas associadas a estas alterações. As quais, sem qualquer dúvida, foram grandes!!!