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Estimados Visitantes
Este assunto já tem uns anos. Tive então uns brevíssimos momentos de inteligência e penso que resolvi o problema. Ora vejam:
“Caro Sr. Mário Caetano,
Foi contactado pelo Sr. XPTO (obviamente, Amigos, confidencial!), que lhe enviou uma mensagem a partir do seu site CTB – Ciência e Tecnologia da Borracha.
Os dados introduzidos foram os seguintes:
Email: XPTO (obviamente, Amigos, confidencial!)
Assunto: Fazer uma pergunta
Pessoal, boa tarde, eu possuo um carbonato de magnésio que 1 quilo dele ocupa o espaço de 3 quilos de feijões, vocês conhecem tipo de carbonato de magnésio é este? Obrigado.”
Minha análise e resposta:
Claro que este pedido é um problema do outro mundo! Comparação muito esquisita!
Mas, face à questão colocada, eu diria logo que se trata de um carbonato de magnésio leve. Bastará ver a comparação efectuada! De facto, existem vários tipos de carbonato de magnésio hidratado, em que varia o número de moléculas de água de hidratação (podem ver na net “Light Magnesium Carbonate”), e que passo a designar abreviadamente por LMC, cuja densidade aparente varia entre 0,10 e 0,35 g/cm3, conforme o tipo em questão).
Na minha vida profissional utilizei umas tantas toneladas desta matéria-prima. Mas não se esqueçam que existem também muitos produtos com a designação Light! Mas nada de confusões!
Mas eu também não fico satisfeito com esta resposta imediata. O meu arguente poderia ficar na dúvida, e não acreditar cá na minha pessoa!
Então decidi efectuar um cálculo quanto possível rigoroso, face à exiguidade de dados! Problema difícil, mas solúvel (tal como o café descafeinado).
Primeiro:
Que tipo de feijão se trata? Pensei de imediato no feijão preto que acompanha a picanha; no Brasil deve ser um menu muito frequente… Por cá, é também! O feijão preto sempre acompanha a picanha.
Mas decidi procurar na Internet. Seria mais prudente confirmar! E encontrei a informação que pretendia: o feijão mais popular no Brasil é o feijão carioca, cuja densidade a granel é de 0,757 (com 10% de humidade).
Claro que omiti se o teor de humidade do feijão é outro e omiti também a dimensão dos grãos e as diferenças na sua geometria. Variáveis correntes na comercialização destas leguminosas. Parâmetros não conhecidos e que obviamente podem alterar a densidade a granel deste tipo de feijão!
Segundo:
Não sei o rigor da comparação efectuada pelo meu arguente. Mas se 1 Kg do dito ocupa o volume do 3 kg do tal feijão (será mesmo o mais votado pelos brasileiros? (Não o Sr. Lula, mas o feijão carioca…). Será! A estatística não deve falhar.
Terceiro:
Bom, vou avançar nos cálculos. E me perdoem se estou a simplificar a coisa.
Então será assim:
3 kg de feijão <> 1 Kg de LMC (em volume!).
Admitindo ser o tal feijão carioca, então d=0,757.
Então a densidade do LMC será 1/3 de 0,757, ou seja: 0,252.
Na mouche!
Este valor está, de facto, dentro da gama de variação dos LMC’s comercializados e atrás referidos. Está mesmo muito perto do valor central da gama de variação (0,225).
Conclusão:
Trata-se, sem sombra de dúvida, de um carbonato de magnésio leve.
Resta ao meu arguente encontrar um fornecedor que comercialize tal produto. Na sequência da minha resposta pediu-me para informar onde seria vendido tal carbonato de magnésio leve.
Respondi: Eu cá não sei. Estou em Portugal!
É que outros visitantes já me têm perguntado se eu sei onde se comercializa a matéria-prima X, Y ou Z na cidade de S. Paulo, em Indaiatuba, em Teresópolis ou até em Tiradentes.
Digo sempre que não sei. E não sei apenas porque sou comodista e não quero dar dois passinhos. É que isso fica mesmo aqui ao lado…
Mas estou feliz, pois dei uma preciosa ajuda a um cidadão do mundo. E não cobrei nada!